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“A única constante é a mudança” :o medo da mudança e o desejo de permanência

FV Psicanálise

“A única constante é a mudança.” Essa famosa frase, do filósofo Heráclito de Éfeso, ecoa ao longo da história e nos lembra de uma verdade inevitável: tudo está em constante transformação, ainda assim, muitas pessoas desejam congelar o tempo, manter tudo como está, evitar o imprevisível e se proteger das incertezas da vida.

 

Quem nunca quis segurar um momento feliz e impedir que ele acabasse? Ou sentiu medo de mudanças que poderiam abalar sua zona de conforto? Esse desejo de permanência é natural, mas vai contra a própria essência da vida: nada permanece o mesmo por muito tempo.

 

Nossa natureza vai contra qualquer tipo de estagnação, nada permanece o mesmo por muito tempo ou você esta crescendo ou esta morrendo.

 

Seja uma fase de felicidade que gostaríamos de eternizar ou uma transição que tememos, a verdade é que resistir à mudança não a impede de acontecer. Pelo contrário, essa resistência pode gerar sofrimento, ansiedade e uma sensação de paralisia. Mas como aceitar a impermanência e aprender a viver melhor com ela?

 

O ser humano busca estabilidade porque associa o desconhecido à insegurança. Desde cedo, criamos a ilusão de controle sobre a vida, acreditando que podemos manter tudo sob nosso domínio. No entanto, a vida nos ensina repetidamente que essa ilusão é frágil: relações mudam, pessoas vão embora, o corpo envelhece, empregos acabam, sentimentos se transformam. Mesmo o que é sólido e familiar pode se dissolver a qualquer momento.

 

Muitos de nós gostariam de “pausar” certos períodos da vida, aquele momento perfeito em família, o auge da juventude, uma relação amorosa plena, como se pudéssemos congelar o que nos faz felizes.

 

Mas a estagnação não é uma opção real. O que realmente podemos fazer é aprender a viver cada fase da vida com presença e aceitação, aproveitando o presente e compreendendo que cada fim abre espaço para um novo começo.

 

Heráclito dizia que ninguém pode entrar no mesmo rio duas vezes, pois, ao fazê-lo, tanto a pessoa quanto o rio já terão mudado. Esse pensamento nos ensina que tentar manter as coisas exatamente como são é uma batalha perdida. A resistência à mudança cria ansiedade, angústia e um desejo frustrado de controle.

 

O medo da mudança pode surgir de diferentes formas:

                  •               Medo da perda: Acreditamos que, se algo mudar, perderemos algo valioso.

                  •               Medo do desconhecido: O que vem depois parece incerto e assustador. Porém, foi justamente o desconhecido que nos trouxe até aqui.

                  •               Medo de não se adaptar: Será que conseguiremos lidar com a nova realidade? A resposta está na nossa capacidade de aprendizado e crescimento.

 

Aceitar que tudo muda não significa se conformar passivamente, mas sim compreender que a transformação faz parte do nosso caminho e que podemos usá-la a nosso favor.

 

Se a mudança é inevitável, a forma como lidamos com ela define a nossa qualidade de vida. A psicoterapia pode ser uma ferramenta poderosa nesse processo. Ela ajuda a:

 

                  •               Compreender os medos e inseguranças

                  •               Desenvolver resiliência emocional

                  •               Encontrar novos significados

                  •               Aprender a viver o presente

 

Mudar pode ser difícil, mas não precisa ser sofrido. Com apoio, podemos aprender a transformar o medo em movimento, a perda em aprendizado e o desconhecido em um campo de novas oportunidades.

 

A tentativa de congelar a vida nos impede de realmente vivê-la. O fluxo natural da existência nos convida a crescer, aprender e nos adaptar. Em vez de temer a mudança, podemos acolhê-la como parte do que nos torna humanos.

 

Se você sente que está resistindo às mudanças, talvez seja um sinal de que algo dentro de você precisa se transformar também. A psicoterapia pode ser um espaço seguro para explorar esses sentimentos e encontrar um caminho mais leve e consciente para lidar com a impermanência.

 

Porque, no final, não há nada mais constante do que a mudança e aprender a fluir com ela é um dos maiores desafios e presentes da vida.

 

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